Fome Emocional x Compulsão Alimentar: Como Diferenciar e Lidar com Cada Uma

Compulsão Alimentar e Fome Emocional: Entenda as Diferenças e Como Lidar com o Problema

A compulsão alimentar voltou a ser amplamente discutida após a modelo Yasmin Brunet revelar, no BBB 24, que enfrenta esse problema. No entanto, diagnosticar essa condição não é simples, pois ela pode ser negligenciada ou confundida com a fome emocional – um comportamento menos complexo, mas que também requer atenção. Diferenciar essas questões é essencial para identificar a causa raiz e buscar o tratamento adequado.

Fome Emocional x Compulsão Alimentar: qual a diferença?

De acordo com o psicanalista Guilherme Cavalcanti, especialista em saúde mental da Segmedic, fome emocional e compulsão alimentar não são a mesma coisa.

🔹 Fome emocional ocorre quando a vontade de comer está atrelada a estados emocionais, como estresse, ansiedade, tédio ou tristeza, e não à fome física. Esse comportamento pode levar ao consumo excessivo de alimentos, mesmo sem necessidade fisiológica, funcionando como uma válvula de escape para lidar com sentimentos negativos.

🔹 Compulsão alimentar, por outro lado, é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes e descontrolados de ingestão excessiva de comida, geralmente em um curto período. Durante essas crises, a pessoa sente que perdeu o controle e continua comendo, mesmo sem fome. Após os episódios, é comum surgirem sentimentos de culpa, vergonha e desconforto físico.

O que pode causar a compulsão alimentar?

A nutricionista Leticia Lariu, também da Segmedic, explica que a compulsão alimentar é multifatorial e pode ser influenciada por aspectos emocionais, psicológicos e biológicos. Entre as principais causas, estão:

✔️ Estresse e ansiedade
✔️ Depressão e baixa autoestima
✔️ Histórico de dietas restritivas
✔️ Desequilíbrios hormonais
✔️ Predisposição genética

Segundo Guilherme, transtornos alimentares como a compulsão costumam surgir na adolescência ou início da vida adulta, impactando significativamente a qualidade de vida. Ele destaca que essas condições geralmente são mecanismos disfuncionais que a pessoa desenvolve para lidar com desafios emocionais e psicológicos.

“Os transtornos alimentares podem ser entendidos como manifestações de conflitos internos que levam a pessoa a tentar resolvê-los por meio de comportamentos patológicos relacionados ao corpo e à alimentação”, explica o psicanalista.

A compulsão alimentar tem tratamento?

Sim! Embora muitas vezes se torne um problema crônico, a compulsão alimentar pode ser tratada com acompanhamento profissional. Segundo Leticia, com o suporte adequado, é possível aprender a controlar os impulsos alimentares e alcançar uma vida mais equilibrada.

📌 Principais abordagens terapêuticas:
Psicoterapia: Fundamental para tratar as causas emocionais do transtorno.
Acompanhamento nutricional: Ajuda a estabelecer uma relação mais saudável com a comida.
Tratamento multidisciplinar: Envolve psicólogos, psiquiatras, nutricionistas e outros profissionais para um cuidado completo.

“O comportamento alimentar é complexo, e cada caso precisa ser analisado individualmente para que o tratamento seja eficaz”, finaliza Guilherme.

Se você ou alguém que conhece enfrenta dificuldades com a alimentação, buscar ajuda especializada pode ser o primeiro passo para uma mudança significativa na saúde e no bem-estar.